Há pouco tempo, um contacto escrevia no Facebook que não conhecia ninguém que alguma vez tivesse conseguido emprego no LinkedIn. Como se aquilo servisse mais como montra para desfilar talentos que um mercado profissional. Boa questão: para que serve uma rede onde a oferta e a procura de emprego são as bases se o mecanismo não funciona? Os comentários a essa publicação surpreenderam o autor, porque na verdade funciona e é mais eficaz que o que muita gente pensa.
Há um estudo de 2017, conduzido pelo instituto de pesquisa Statistic Brain, segundo o qual 122 milhões de pessoas receberam uma entrevista de trabalho via LinkedIn e 35,5 milhões foram contratadas por um contacto que fizeram na rede. E não pensem que isto é coisa só para os Estados Unidos, porque 70% dos utilizadores do LinkedIn – 660 milhões no total – são de fora do mercado doméstico da empresa. Serve isto tudo para ilustrar a utilidade das análises às tendências de contratação que o LinkedIn publica anualmente.
Já saiu a lista das competências que os empregadores mais procuram na plataforma e, meus caros, 2020 vai ser um ano muito interessante. A lista divide competências “suaves” e “duras”, estando a primeira relacionada com características individuais e de comportamento e a segunda com os conhecimentos práticos da pessoa.
As competências suaves são tramadas tanto para quem anda à procura de emprego como para quem precisa de contratar. É muito mais fácil provar que se sabe escrever em francês e falar italiano (uma habilidade “dura”) que demonstrar capacidades de liderança e trabalho em equipa, dois requisitos frequentes em quase todo o tipo de ofertas de emprego. Para 2020, segundo a análise do LinkedIn, a habilidade “suave” mais procurada pelas empresas é a criatividade. Um requisito que pode ser assustador para os profissionais que se orgulham de não inventar mas que, em princípio, pode ter imensa saída entre os portugueses. No fundo, esta criatividade de o que LinkedIn fala é uma forma mais respeitável de descrever o nacional desenrascanço: “as organizações precisam de pessoas que consigam endereçar problemas e tarefas de forma criativa em todas as funções de negócio, desde a engenharia de software aos recursos humanos”, lê-se na lista. “Foque-se em afinar a sua capacidade de trazer novas ideias para a mesa em 2020.”
As outras habilidades suaves com maior procura são persuasão, colaboração, adaptabilidade e inteligência emocional. Boa sorte com esta última, que faz uma entrada a pés juntos no top cinco e é descrita como “a capacidade de perceber, avaliar e responder às suas próprias emoções e às emoções dos outros.” Nas competências “duras”, o número um também é uma novidade. Do que as empresas mais precisam neste momento é profissionais com conhecimentos de blockchain, a tecnologia que foi criada há uma década para suportar a moeda digital bitcoin e entretanto se espalhou por todo o tipo de sectores. O blockchain ultrapassa assim a procura por profissionais versados em cloud computing, que aparece em segundo. Segue-se raciocínio analítico, inteligência artificial (que caiu duas posições) e design de experiência do utilizador.
Que o mundo do trabalho está a mudar todos sabemos, e não é por causa da notícia (infelizmente falsa) de que a primeira-ministra da Finlândia quer introduzir semanas de quatro dias. As áreas em que há escassez de competências mudam mais rapidamente. As exigências relativas à personalidade dos profissionais, especialmente em grupo, são cada vez maiores. O perfil de LinkedIn deixou de ser um cartão de apresentação e passou a ser um elemento dinâmico que ajuda a definir o que cada um quer da sua carreira. Este ano dá jeito ser um criativo com alto Q.I. emocional – mas, por favor, não digam que são ninjas ou jedi do marketing.
Fonte: Dinheiro Vivo.PT
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