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Arquétipos de Jung

A Diferença Entre os 12 Arquétipos de Marca e os Arquétipos de Jung

Os arquétipos de Jung e os 12 arquétipos de marca compartilham uma base teórica comum, mas servem a propósitos distintos. Ambos exploram padrões universais de comportamento, mas enquanto os arquétipos de Jung têm raízes na psicologia analítica e no inconsciente coletivo, os arquétipos de marca foram adaptados para o universo do branding.

Os arquétipos de Jung são padrões universais e imagens simbólicas que habitam o inconsciente coletivo, uma camada da psique que, segundo Carl Gustav Jung, é compartilhada por toda a humanidade. Esses arquétipos representam temas recorrentes que aparecem em mitos, contos de fadas, religiões e culturas ao longo do tempo. Eles expressam aspectos fundamentais da experiência humana e influenciam nossas emoções, comportamentos e narrativas.

Embora Jung tenha identificado muitos arquétipos, ele destacou alguns como centrais no desenvolvimento psicológico e na compreensão do inconsciente. Aqui estão os principais:

Os principais arquétipos de Jung

1. Persona

A Persona é o “rosto” que apresentamos ao mundo, nossa máscara social. Como arquétipo de Jung, ela representa os papéis que desempenhamos na sociedade e como nos adaptamos às expectativas externas. Embora necessária para a interação social, a Persona pode se tornar problemática se for confundida com nossa verdadeira identidade, reprimindo aspectos autênticos do self.

2. Sombra

A Sombra, aqui representado como o segundo arquétipo de Jung, aponta para os aspectos reprimidos ou negados da personalidade, incluindo instintos, desejos e emoções considerados inaceitáveis. Esses conteúdos, muitas vezes escondidos no inconsciente, podem surgir em momentos de conflito ou através de projeções em outras pessoas. Integrar a Sombra é essencial para o crescimento psicológico, permitindo-nos reconhecer e aceitar nossos lados mais obscuros.

3. Anima e Animus

Esses arquétipos refletem o princípio masculino e feminino dentro de cada indivíduo, independentemente do gênero biológico.

  • Anima: Representa o aspecto feminino no inconsciente do homem, incluindo qualidades como intuição, sensibilidade e conexão emocional.
  • Animus: Representa o aspecto masculino no inconsciente da mulher, incluindo características como racionalidade, força e assertividade.

A integração da Anima ou do Animus promove equilíbrio interno e uma maior conexão com o self.

4. Self

O Self é o arquétipo central e integrador, representando a totalidade da psique. Ele é o símbolo da realização pessoal e da individuação, o processo de integrar todos os aspectos da personalidade – consciente e inconsciente. O Self é frequentemente simbolizado por círculos ou imagens de unidade e completude.

5. O Herói

O Herói é o arquétipo da superação e do triunfo sobre desafios. Ele simboliza a jornada de crescimento e transformação, enfrentando a Sombra, conquistando medos e adquirindo sabedoria. O Herói aparece em mitos e histórias como o guerreiro que salva o dia ou o aventureiro que descobre novas verdades.

6. O Velho Sábio e a Grande Mãe

Esses arquétipos refletem figuras de sabedoria e proteção:

  • O Velho Sábio: Representa orientação, conhecimento profundo e racionalidade. É o mentor ou conselheiro que ajuda o Herói em sua jornada.
  • A Grande Mãe: Simboliza nutrição, cuidado e proteção, mas também pode ter aspectos sombrios, como possessividade ou destruição.
A Persona e os Riscos no Uso dos Arquétipos de Marca

Jung alertou que, ao depender demais da Persona, uma pessoa corre o risco de perder sua autenticidade. No caso das marcas, isso também pode acontecer: uma marca que força um arquétipo que não é genuíno para sua essência pode ser percebida como falsa ou incoerente.

Exemplo de Risco: Uma empresa que adota o arquétipo Rebelde (Fora da Lei), mas possui uma cultura organizacional rígida e conservadora, pode criar uma dissonância entre o que projeta (Persona) e o que realmente é.

Para Jung, a Sombra é composta pelos aspectos da personalidade que rejeitamos ou reprimimos porque consideramos incompatíveis com a nossa Persona ou imagem social. No caso das marcas, a Sombra pode surgir como:

  • Contradições entre o que a marca diz e o que realmente faz.
  • Falhas éticas ou práticas que contradizem seus valores declarados.
  • Sentimentos negativos ou percepções do público que a marca tenta ignorar.

Os 12 arquétipos de marca e a
Fundamentação nos Arquétipos de Jung

Jung descreveu os arquétipos como imagens e padrões universais que emergem do inconsciente coletivo e moldam comportamentos, histórias e identidades. As autorras dos 12 Arquétipos de Marca usaram essa estrutura para observar como esses padrões aparecem na construção de identidades de marca.

Os arquétipos de Jung fornecem uma base psicológica, mas não eram aplicáveis diretamente ao branding sem adaptação. As autoras identificaram que marcas também possuem uma “personalidade” ou “identidade arquetípica”, que conecta emocionalmente os consumidores a seus produtos ou serviços.

Observação de Padrões em Narrativas Culturais e Marcas

Elas analisaram como histórias, mitos e símbolos que aparecem em diferentes culturas influenciam comportamentos humanos. A partir disso, começaram a identificar padrões consistentes nas estratégias de marketing das marcas mais bem-sucedidas.

Perguntas que orientaram essa análise:

  • Quais arquétipos estão sendo usados nas narrativas de marcas icônicas?
  • Como esses padrões ajudam marcas a se conectar emocionalmente com o público?
  • Quais motivações humanas universais essas marcas atendem?
 
Redução de Arquétipos a 12 Categorias Universais

Embora Jung tenha descrito diversos arquétipos (como o Herói, a Grande Mãe e o Velho Sábio), Pearson e Mark condensaram suas ideias em 12 arquétipos adaptados ao contexto das marcas. Esses arquétipos refletem motivações humanas universais, como pertencimento, liberdade, transformação e controle.

Para isso, elas agruparam os arquétipos de Jung com base em:

  1. Desejos humanos primários (como estabilidade, independência, pertencimento e transformação).
  2. Valores universais que ressoam com públicos amplos.
  3. Modelos de narrativa simbólica que aparecem em histórias, cultura pop e mitologia.
Testando os Arquétipos na Prática

As autoras validaram seus 12 arquétipos ao observar marcas reais que já seguiam esses padrões intuitivamente. Elas identificaram que as marcas mais bem-sucedidas possuíam narrativas claras e consistentes que ressoavam com um desses arquétipos.

Exemplo de validação:

  • Nike, como Herói, projeta coragem e superação.
  • Disney, como Inocente, enfatiza magia, felicidade e pureza.
  • Harley-Davidson, como Fora da Lei, representa liberdade e rebeldia.

Diferenca dos Arquétipos de Jung para os Arquétipos de Marca

Enquanto os arquétipos de Jung eram voltados ao desenvolvimento individual e à jornada da psique, Pearson e Mark adaptaram esses conceitos para atender ao mercado e às motivações do consumidor. Isso significa que os arquétipos de marca foram refinados para responder a:

  • Storytelling da marca baseado na essência e autenticidade
  • Desejos emocionais do público.
  • Conexões simbólicas e culturais.
  • Posicionamento estratégico das marcas.

Há uma relação direta entre os arquétipos de Jung e os de marca, mas uma influência destaca:

  • Arquétipos como Herói, Grande Mãe, Velho Sábio de Jung foram diretamente adaptados.
  • Arquétipos mais abstratos ou menos comuns, como a Anima/Animus ou a Sombra, foram incorporados indiretamente nos aspectos mais profundos ou sombrios dos arquétipos de marca.

Carol Pearson e Margaret Mark chegaram aos 12 arquétipos de marca ao traduzir os conceitos junguianos de padrões universais de comportamento para um contexto aplicável às marcas. Esse trabalho envolveu:

  • A adaptação dos arquétipos para desejos humanos universais.
  • A observação de como esses arquétipos já estavam presentes em narrativas culturais e marcas icônicas.
  • A criação de categorias claras e práticas que ajudam empresas a construir identidades emocionais e simbólicas que ressoam com seus consumidores.

Elas transformaram uma teoria psicológica profunda em uma ferramenta prática para o mundo do marketing e branding.

Arquétipos na era da Mídia Social

Se Carl Jung estivesse vivo, é provável que ele abordasse o uso dos arquétipos de marca em influenciadores com uma mistura de curiosidade e cautela. Jung era profundamente interessado em como os arquétipos e a Persona ajudavam as pessoas a se adaptar ao mundo social. No entanto, ele também alertava sobre os riscos de identificar-se excessivamente com a Persona ou usar máscaras que ocultam a autenticidade do self. Esse equilíbrio seria essencial em sua análise do fenômeno.

1. O que Jung poderia apoiar?

Jung provavelmente entenderia que o uso consciente de arquétipos pelos influenciadores pode ser uma ferramenta eficaz para conexão e comunicação. Ele poderia considerar legítimo que influenciadores se adaptem ao público, desde que:

  • Essa Persona (máscara) não substitua a verdadeira identidade do indivíduo. Por isso em nossa metodologia o ADD vai estudar o público e falar na necessidade instintiva dele, sem perder o senso de si mesmo (self).
  • O uso dos arquétipos seja feito para expressar verdades simbólicas ou para facilitar a comunicação, e não apenas manipular.

Ele valorizava a individuação – o processo de integrar todos os aspectos da psique, consciente e inconsciente, para alcançar a totalidade. Portanto, um influenciador que usa os arquétipos para se alinhar com os valores de um cliente (através do Auto Diagnóstico Digital), e ao mesmo tempo permanece fiel ao seu próprio self, estará agindo dentro de um equilíbrio aceitável.




2. O que Jung poderia criticar?

Jung provavelmente seria crítico dos influenciadores hoje em dia que fazem uso superficial ou excessivamente manipulador dos arquétipos, especialmente se:

  • O influenciador abandona sua identidade autêntica para vestir a Persona de outro.
  • Houver um descompasso entre o self interior do influenciador e a Persona que ele projeta.
  • Se o uso da Persona fosse puramente comercial, com o objetivo de manipular emocionalmente o público ou criar uma ilusão de autenticidade.

Essa situação seria problemática porque, segundo Jung:

  • A dissociação entre a Persona e o self leva a uma fragmentação psíquica. O indivíduo começa a viver exclusivamente na superfície, desconectando-se de sua essência.
  • O indivíduo corre o risco de projetar sua Sombra de maneira inconsciente, causando crises de identidade, ansiedade ou falta de propósito.




3. O prejuízo a longo prazo

Se um influenciador adota constantemente a Persona de seus clientes (arquétipos que não ressoam com ele), os prejuízos podem ser significativos tanto para ele quanto para sua audiência. Esses riscos incluem:

Para o influenciador:
  1. Perda de autenticidade:

    • O influenciador pode começar a sentir que está vivendo uma mentira, gerando um vazio emocional ou crises existenciais.
    • Isso pode levar a uma desconexão com sua própria essência, dificultando o processo de individuação.
  2. Burnout ou exaustão psicológica:

    • O esforço constante de “vestir uma máscara” que não reflete o self pode ser desgastante.
    • Essa dissonância entre Persona e self pode causar estresse e esgotamento emocional.
  3. Projeção da Sombra:

    • Aspectos reprimidos de sua verdadeira identidade (Sombra) podem emergir de forma disfuncional, como comportamento impulsivo, autossabotagem ou crises públicas.
Para a audiência e os clientes:
  1. Quebra de confiança:

    • Se a Persona do influenciador for percebida como falsa, o público pode sentir que foi enganado, prejudicando sua conexão com a audiência e sua credibilidade.
  2. Impacto na conexão emocional:

    • O público tende a se conectar com pessoas autênticas. Quando a Persona do influenciador não é genuína, a relação emocional é superficial e tende a não ser duradoura.
  3. Reforço de expectativas irrealistas:

    • O influenciador pode contribuir para a disseminação de valores ou ideais que não refletem realidades humanas autênticas, promovendo superficialidade ou consumismo exacerbado.




4. O equilíbrio que Jung defenderia

Jung defenderia que os influenciadores usassem os arquétipos de forma consciente e equilibrada. Ele valorizaria:

  • Autenticidade: Usar arquétipos que ressoem genuinamente com o self do influenciador, adaptando-se ao público sem se distanciar de sua essência.
  • Consciência do papel: Reconhecer que a Persona é apenas uma parte da identidade, e não a totalidade dela.
  • Integração do self: Manter uma conexão contínua com seu verdadeiro self, mesmo ao desempenhar papéis que se alinhem a diferentes audiências ou objetivos.




Conclusão

Jung certamente enfatizaria a necessidade de autenticidade e equilíbrio. Vestir a máscara de um arquétipo que não reflete o self pode trazer benefícios a curto prazo, como conquistar clientes e aumentar a audiência, mas a longo prazo, os custos emocionais, psicológicos e até profissionais tendem a ser elevados. A chave está em integrar a SELF com autenticidade e a Persona de forma consciente, permitindo que ela expresse verdades simbólicas e ressoe com o público sem comprometer a identidade essencial do indivíduo.

Os 12 arquétipos de marca:

Motivação: Estabilidade, Segurança

(deseja controlar)

O Arquétipo Governante: o seu maior desejo é exercer o poder, não importa a esfera de atuação, é responsável e gosta de ter o controle.

(deseja inovar)

O Arquétipo Criador: possui o dom da criatividade e precisa expressá-lo através de ações significativas.

(deseja servir a outros)

cuidador arquetipos arquetipo junguianos da marca

O Arquétipo Cuidador: tem o grande desejo de ajudar outras pessoas como faria consigo mesmo e teme por momentos difíceis não por si, mas pelos outros.

Motivação: Maestria, Risco, Deixar um Legado

(deseja poder)

mago magico 12 arquetipos junguianos da marca

O Arquétipo Mago: busca a visão das leis fundamentais do universo misturando conhecimentos ocultos, religião, ciência e tecnologia para fazer acontecer.

(deseja dominar)

heroi 12 arquetipos junguianos da marca

O Arquétipo Herói: acredita que com vontade, dedicação e coragem é possível conquistar qualquer coisa, portanto, não mede esforços para isso.

(deseja libertar)

fora da lei rebelde 12 arquetipos junguianos da marca

O Arquétipo Fora da Lei ou Rebelde: gosta de quebrar regras, chamar atenção para si e é fiel a seus próprios valores e não aqueles considerados certos pelos outros.

Motivação: Pertencer, Interagir com Outros

(deseja intimidade)

amante 12 arquetipos junguianos da marca

O Arquétipo Amante: o seu foco está em relacionar-se com outras pessoas e teme ficar sozinho, valorizando assim a beleza e o romance.

(deseja pertencer)

cara comum 12 arquetipos junguianos da marca

O Arquétipo Homem Comum: possui o desejo de pertencer ao grupo, sendo igual aos demais e não expõem aquilo que realmente pensam e sentem.

(deseja se divertir)

bobo da corte 12 arquetipos junguianos da marca

O Arquétipo Bobo da Corte ou Tolo: aposta no humor e na ideia de viver o momento, aproveitar ao máximo sem se importar com o que as outras pessoas vão pensar.

Motivação: Plenitude, Encontrar o lugar perfeito

(deseja ser livre)

explorador 12 arquetipos junguianos de marca

O Arquétipo Explorador: liberdade é o valor mais importante para esse arquétipo que procura fugir do tédio e sempre experimentar algo novo.

(deseja sentir-se seguro)

inocente 12 arquetipos junguianos da marca

O arquétipo inocente deseja ser feliz primeiro e acredita num mundo melhor onde todos podem ser quem desejam.

(deseja compreender)

sabio 12 arquetipos junguianos na marca

O Arquétipo Sábio: deseja entender o mundo através do estudo e da autorreflexão, é metódico e detalhista e acredita que a verdade é libertadora.