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Ferramenta “off-Facebook activity” integra online e offline

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Rede social está a recolher dados partilhados com lojas físicas para dirigir publicidade. Ferramenta já funciona em Portugal

É normal que a atividade nos produtos e empresas do Facebook seja monitorizado, a análise do comportamento noutros sites e aplicações para fins comerciais já não choca — ambos podem enviar dados diretamente ao Facebook através de ferramentas dedicadas — e até dar a localização parece uma contrapartida inofensiva, quando milhões de pessoas partilham os lugares que visitam em todas as fotografias do Instagram (também controlado pelo mesmo grupo). Mas havia um passo que ainda não tinha sido dado. Existia uma barreira entre o online e o offline que impedia a rede de conhecer o comportamento dos seus utilizadores fora da internet. Só que até isso já caiu.
Quem estiver atento poderá reparar que estão a surgir-lhe anúncios de marcas onde fez compras presenciais mas com as quais nunca interagiu online. Não se trata de coincidência. O Facebook está a usar dados partilhados até com lojas físicas para que nada escape ao seu radar. Saber “O que comprou” aumenta o leque de informação sobre o tipo de produtos pelos quais cada pessoa se interessa, e esse é um dado que ainda faltava. Era praticamente exclusivo da Amazon, embora apenas no mundo digital. De acordo com a empresa controlada por Mark Zuckerberg, a ferramenta intitulada “off-Facebook activity” (atividade fora do Facebook) está a ser utilizada desde agosto, mas só agora começou a ser alvo de escrutínio.
Parte das funcionalidades já se encontram em funcionamento em Portugal e a plataforma é transparente ao avisar em português quais os termos da iniciativa. O Expresso entrou nas definições de anúncios da rede social, confirmou que toda a informação sobre a iniciativa está disponível e que os utilizadores podem impedir anúncios baseados em dados de parceiros de forma fácil. Apesar disso, a rede social avisa que não apagará quaisquer informações já recolhidas e que os anúncios poderão continuar a utilizar informações de um negócio específico com quem se partilhou algo a título pessoal. Para isso basta que o Facebook tenha conseguido fazer corresponder o perfil e a sua lista de clientes.
Em causa estão informações como o número de telemóvel ou endereço de e-mail, muitas vezes dadas em lojas físicas com o intuito de aceder a promoções e descontos, mas também newsletters. A fórmula de sucesso do Facebook, que consiste na apresentação de anúncios dirigidos a partir dos dados de que dispõe dos seus utilizadores, é conhecida e os resultados estão à vista. No quarto trimestre deste ano, tiveram receitas de 17,6 mil milhões de dólares e destes 17,3 mil milhões foram conseguidos com anúncios. Tudo ao facilitarem a vida dos anunciantes, que se limitam a escolher um objetivo para o negócio, identificar o público desejado e criar o anúncio. Garantem a chegada da mensagem ao consumidor pretendido, com recurso a informação demográfica que nenhuma outra plataforma consegue oferecer.
Fonte: Expresso.PT

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