Como consumidores, somos atraídos por aquilo que vemos e ouvimos a respeito do que desejamos e do que o mercado tem para oferecer. Mas será que o que o mercado oferece é de fato aquilo que desejamos? Como ocorre a inserção de novos produtos no mercado? Basta criar algo novo, pensar numa campanha de Marketing e todo o sucesso esta garantido?
É impossível pensar em grandes resultados de negócios sem pensar no âmbito mercadológico, no marketing, como é mais conhecido. O conhecimento das academias de formação, sobretudo na área de gestão, nos ensina que o conceito prático do Marketing é a ciência e a arte que explora, cria e entrega valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo.
“Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles”, essa é uma definição por Philip Kotler, uma referência nos estudos do campo em questão.
O marketing, como toda ciência, evolui à medida que responde a questionamentos capazes de expandir o campo de pesquisa. Nesse sentido, a ciência mercadológica não busca apenas atender necessidades dos clientes, mas cria-las. À medida que cria, busca então fazer a necessidade conhecida. O homem entendeu que poderia chegar mais rápido quando alguém lhe propôs locomover-se sobre rodas. A partir daí os meios de locomoção só evoluem. Essa evolução é tão substancial que, não basta ter um carro, mas ter um carro com conforto, agilidade e economia. As pessoas estão dispostas a pagar por isso.
Partindo desse pressuposto, entende-se então que o conceito de marketing evoluiu, não sendo apenas um meio científico para atender necessidades, mas criando-as.
Em conformidade com essa expansão de conceitos, a gestão, em diversos campos, tem se valido dos estudos neurológicos desde a comoditização dos preços e produtos. Portanto, com marketing não foi diferente. Nasce então o conceito de Neuromarketing, que é a junção da neurociência, da psicologia e da mercadologia. O conceito de neuromarketing, em termos simples, é esboçar ações que impactem em melhores medidas de comunicação com o cérebro, através da informação de como são processados os estímulos externos na mente humana.
Desde a forma escorregadia dos pisos dos shoppings centers, músicas, frases feitas como “beba Coca-Cola” ou “Compre Batom” etc., tudo é utilizado como base nesse estudo. Inúmeras lojas buscam dispor um cheiro específico e agradável que possa causar uma experiência incomum no consumidor. Todas as vezes que este consumidor sentir o cheiro novamente, o seu “disparo mental” o levará àquela experiência guardada em sua memória. Outro exemplo são as lojas que dispõe produtos específicos para adolescentes, que tendem a apresentar luminosidade baixa, com proposta de retratar o ambiente do seu quarto. Isso causa uma sensação de aconchego e possivelmente ativará o seu “disparo mental” quando estiver seu próprio quarto.
A suposição é que esses estímulos externos funcionem como um gatilho, ativando ou criando desejo no consumidor. Além disso, o neuromarketing funciona como objeto de pesquisa de marketing. Já não funciona mais uma lista de perguntas lançadas ao consumidor, que por muitas vezes não expressam a real necessidade ou o real motivo que o levou a encantar-se pelo produto ou serviço. Portanto, desde a cor, consistência, embalagem, apresentação e outras coisas mais, tudo é levado em consideração no momento do estudo e elaboração da campanha, inclusive no pós-venda. Em suma, as campanhas de marketing estão quase sempre tentando produzir algum tipo de atividade cerebral que levará ao comportamento desejado.
O comportamento do consumidor, por inúmeras vezes, é resposta de emoções causadas por esses estímulos externos. Essas emoções não podem ser frustradas. Uma vez que isso aconteça, há uma grande possibilidade de o consumidor criar aversão ou ocorrer o sentido inverso do propósito da campanha.
É óbvio que o campo de pesquisa que estuda o comportamento humano é amplo. Entender que o meio interfere no indivíduo é aceitar que o campo de atuação do marketing vai além de simplesmente criar campanhas empíricas, sem base científica, sem dados, informações etc. Se antes o mercado era regido pelos desejos do consumidor, hoje essa relação transformou-se num ciclo que compreende não somente em despertar o desejo, mas possivelmente criá-lo, depois atendê-lo e então aperfeiçoá-lo.
É possível concluir então que o Neuromarketing é como um míssil teleguiado, sendo tudo proposital.
Certamente essas informações básicas nos farão pensar fora da caixa e observar, tanto na ótica de um pesquisador, como na ótica de um consumidor, em todos os comportamentos ao nosso redor a despeito do assunto proposto.Essa simples observação já é um gatilho ativado em sua mente. Você foi despertado para entender e observar o que esse texto traduz, pois tudo que você leu possivelmente tenha despertado em você um comportamento de curiosidade. Toda a sociedade é o objeto de estudo do neuromarketing.
Fonte: Administradores.com.br